sexta-feira, 16 de julho de 2010

Relatos de um Peregrino!


Meus amigos, paz! Depois de um longo verão (ou inverno) estou de volta! Desde a última postagem, muitas coisas aconteceram. No último texto dizia que estava com as malas prontas e com o coração ansioso para uma viagem mais do que especial. No dia 6 de junho, 4 sacerdotes e mais este que lhes escreve, com mais 18 leigos de nossa diocese, embarcamos para a cidade eterna: Roma!

Todos nós estávamos muito ansiosos e entusiasmados com esta peregrinação. Muitos se preparam e sonharam com esta viagem durante muitos anos. Sempre sonhei com uma viagem dessa, mas na realidade, quase não tive tempo para degustar o sonho que se concretizaria tão brevemente. Tive menos de 20 dias para me preparar para tamanha experiência. Aos poucos fomos nos conhecendo e às 16h30 nosso avião deixou o solo brasileiro para aterrisar às 6h30 da manhã (horário local), em Lisboa, para nossa conexão. Depois de algumas horas de espera, pegamos nosso vôo com destino a Roma. Às 14 horas (horário local), tocamos o solo italiano.

Confesso-lhes que não foi pouca minha emoção. Estar em um outro país, vendo gente de todos os lugares do mundo, pisar o chão onde se encontra a Sede da nossa Igreja, tudo isso mexe profundamente conosco. Nunca falei outra língua fora do contexto de estudo. Agora a sala passa a ser o mundo. Todos à nossa volta não falam a nossa língua! É muito engraçado e ao mesmo tempo desafiador. Estou estudando italiano há quase dois anos, mas com o corre-corre e compromissos pastorais, não consegui me dedicar com afinco aos estudos da língua italiana. Disse então para mim mesmo: "está na hora de levar o estudo das línguas estrangeiras, especialmente o italiano, mais a sério!" Essa foi a primeira lição que aprendi na Itália.

Seguindo para o hotel, não sabia se escutava o que a guia estava dizendo, se olhava para as paisagens, monumentos e outras maravilhas. Estava maravilhado com tudo. Assim que nos acomodamos, pensei: depois de passar quase 18 horas viajando, agora vamos descansar! Mas na verdade o meu desejo mesmo era correr em direção do Vaticano. E foi o que aconteceu. Pe. Jean disse para nós padres: "Vamos agora para o Vaticano. ESTAMOS EM ROMA!" Realmente, a ficha demora para cair. E assim os 5 jovens sacerdotes seguiram para o ponto de ônibus a fim de conhecerem o Vaticano. Em menos de quinze minutos de viagem pelas ruas romanas, ainda dentro do ônibus avistamos a magnífica cúpula da Basílica de São Pedro. Que emoção! Esta foto que aí está foi tirada dentro do ônibus, expressando o primeiro ângulo que tive da cúpula.


Estávamos todos muito encantados. Ficamos olhando, admirando, tirando fotos uns dos outros na Praça de São Pedro. Era uma tarde muito quente e ensolarada. Em seguida, entramos na fila para adentrarmos naquela basílica que faz parte de nossa fé e que, desde a infância, contemplamos quando assistimos a famosa missa do galo na noite de Natal. Não tem como descrever a emoção que sentimos quando entramos nessa monumental basílica. Primeiramente fiz uma prece de louvor e agradecimento pela oportunidade de estar ali naquele lugar que sempre esperei conhecer, mas também pela grandeza e dignidade de fazer parte desta Igreja que mudou os rumos da humanidade, que transformou a sociedade e que deu um novo sentido para a minha vida.

Num clima de oração e silêncio, percorremos o interior da basílica, estupefatos com tanta beleza, imagem da Beleza inalcançável do Autor da Vida. Rezamos diante da Pietá, dos tumúlos papais, das imagens esculpidas perfeitamente em mármore, sabendo que a beleza maior está naquilo que não se vê e que a imagem tenta de algum modo transmitir. Perante o altar desta basílica rezei pelos milhares de altares cristãos espalhados pelo mundo, que mesmo distantes geograficamente, estão profundamente unidos a esta única mesa, único altar, único Cristo e Senhor.

Depois dessa rápida visita, em nosso coração já dizíamos: Já valeu a pena! De vez em quando nós perguntávamos uns aos outros: "eu não estou sonhando? Isso é verdade? Estou em Roma?" Realmente, quando nos motivamos na fé para uma peregrinação como esta, tudo aquilo que se vê, que se sente, que se experimenta, não é uma mera consequência do ato de se viajar, mas uma oportunidade de se deixar transformar através de tudo isso, unindo-se mais a Deus, razão e fim de tudo aquilo que vimos e contemplamos.